domingo, 17 de agosto de 2008

Rio de Janeiro
















Rio de Janeiro

Era o lançamento da caravana. A UNE resolveu conciliar o evento de lançamento, com a assinatura do presidente Lula, de um termo onde o estado reconhece ser responsável pela demolição da sede da entidade, nos anos da ditadura.
A assinatura do termo e o lançamento da Caravana, aconteceriam no terreno que abrigava a sede, no bairro do Flamengo. Contaria com a presenças de diversas autoridades. As que nos interessavam: O presidente Lula, o ministro da saúde José Gomes Temporão e Aldo Arantes, ex-presidente da UNE, no período da ditadura.
Nossa pequena e recém formada equipe, e com uma estrutura ainda incompleta, tinha como primeiro desafio filmar um grande evento em uma grande área e um fortíssimo esquema de segurança. As informações chegavam a toda hora, por pessoas diferentes e de conteúdos diferentes.
Nossa idéia era registrar o momento da assinatura do presidente, que aconteceria dentro do terreno, em local de acesso muito restrito; Captar o discurso na íntegra, das autoridades na cerimônia oficial, no aterro do Flamengo, logo após a assinatura do termo; Pegar os depoimentos do presidente Lula, do ministro Temporão e de Aldo Arantes.
A primeira parada do presidente seria o terreno da UNE, onde ele assinaria o termo. O esquema de segurança era bastante rigoroso, haviam dois tipos de acessos ao terreno, definido por boltons. Um bolton de acesso restrito, onde se poderia entrar no terreno, porém até um gradeado, que separava da comitiva oficial do presidente. E o bolton de acesso irrestrito, onde poderia nos deixar em frente a comitiva presidencial.
Nossa ida mais cedo ao local, nos possibilitou informações mais precisas do itinerário do presidente, além do bolton de acesso irrestrito e o melhor lugar no palanque reservado à imprensa.
Ficamos eu (que além de dirigir, tinha que tirar fotos), Davi (na câmera) e Sol (na assistência de câmera e áudio), com os boltons irrestritos, aguardando "na boca" de onde o carro do presidente pararia, Tiago, dentro do terreno, com o bolton restrito, no apoio, e Pingüim (Ângelo) ficou com a câmera 2, no palanque da imprensa, em frente ao palanque do aterro. Isso era umas 11 da manhã.
14:30, chega, sem nenhum aviso prévio, a comitiva do presidente Lula.
Tinhamos que "driblar", agora, uma turma muito mais emburrada: os federais da segurança presidencial, principalmente, em relação à possibilidade do depoimento, já que as fotos e as imagens da assinatura estavam garantidas, só pela nossa "posição estratégica", e, teoricamente, jamais permitiriam uma aproximação, para eles, tão informal.
Bom, já estávamos no lucro, já tínhamos a melhor imagem e fotografia do presidente assinando o bendito termo.
No entanto, ao lado do presidente Lula, Lúcia, a presidente da UNE, nos reconhece e, no meio de uma senhora confusão, ela "puxa" o presidente até nós. Ficamos "tete a tete" . Um grande depoimento e uma senhora seqüência de fotos (em primeiro plano!) do nosso presidente com a nossa presidente. Ou seja: primeira e mais difícil parte da missão: cumprida!
Depois ainda conseguimos os depoimentos do Ministro da Saúde e de Aldo Arantes.

A Nossa caravana: Dalate, o coordenador geral, Melissa, a produtora que cuida da logística; Fernanda produtora dos debates; Guilherme, o produtor da parte cultural; Daniel e Beto completavam a equipe da produção (a turma da pesada), Débora, a jornalista, o grupo de teatro "Tá na rua", formado por Alexandre Santine, que, também, era coordenador cultural da UNE, mais J uliana, Herculano, Fernanda, Chico, que também era o editor das pílulas, Pimpolho, responsável pelo som e o casal Aldo e Ana Cândida; a dupla de artistas circenses Emerson e Luís e Floriana, a artista plástica.

Começamos os depoimentos dos integrantes, com Lúcia (a presidente da UNE). Foi um ótimo depoimento, em frente ao pão de açucar.

Passaríamos, em média, 03 dias por cidade. Entre produção, atividades, imagens da cidade e depoimentos dos "caravanos", tínhamos 01 dia, para sair e documentar algo representativo da cultura local. Procuramos Alexandre Santini, coordenador cultural da UNE e principal responsável pela redes de pontos de cultura do Instituto Cuca. Também tivemos uma conversa com Guilherme, produtor das atrações culturais.
Resolvemos investir no conceito do saber popular, o saber fora da academia, a história oral... Além de aproveitarmos a rede de relacionamentos do Cuca com os Pontos de Cultura de todo Brasil.
Na programação cultural, tocaria a velha guarda do Império Serrano. Descobrimos que a escola foi fundada por antigos praticantes do jongo, um dos rítmos musicais, que deu origem ao samba.
Uma dessas fundadoras, tia Maria do Jongo, desenvolve um projeto, com jovens, no Morro da Serrinha, de resgate e preservação do jongo.
Fomos ao morro da Serrinha entrevistar Tia Maria do Jongo e conhecer o seu projeto.
Ao chegarmos na subida do morro, pequenas barreiras (troncos e pedras) na pista, primeiros sinais de que o clima no morro estava um tanto tenso. Chegamos à sede do projeto e fomos informados que a aula de jongo com as crianças, não aconteceria, como de costume, no centro social, no alto do morro e sim no pequeno quintal da sede.
Antes, fomos entrevistar Tia Maria, na casa dela. Senhora marivilhosa, 82 anos, falou sobre Mestre Darcy, o samba, o jongo, o império, o morro, cantou, dançou... sensacional!! Ao final das ativiades da caravna, show com a Velha Guarda do Império e a banda Caixa Preta, um saldo de um belo início de jornada.



Nossa equipe

08 de agosto de 2008. Sai de Salvador a equipe formada, pela Docdoma Filmes, com o objetivo de documentar um projeto da UNE - União Nacional dos Estudantes, em parceria com o Ministério da Saúde, chamado Caravana da Saúde, Educação e Cultura.
Trata-se de uma caravana formada por artistas, produtores, jornalistas, lideres estudantis, além de nossa equipe, que percorreria, em um ônibus, os 27 estados da federação, visitando 41 universidades, promovendo debates, sobre políticas de saúde, educação e cultura, além de atividades culturais.
Nossa equipe é formada por mim (Adler Paz, kibe, na direção e produção executiva), Davi Caires (direção de fotografia e câmera 1), Ângelo Rosário "Pingüim", (câmera 2), Tiago Cavalcanti (prtodução e still) e Sol Jambeiro (assistência de câmera / áudio e still).